...mais um Soberbo Desafio d´Aventura, numa "Voltinha" de 50km » 2818m D+ repleto entre tudo o que o compôs, provando justiça na aplicação das palavras "Trail Running", algures, pelos trilhos da serra do Açor, que por entre curvas e contracurvas chegamos a magnifica aldeia do Piodão, uma das mais belas aldeias de Portugal, classificada como imóvel de interesse publico desde 1978...
...entre os morros desta serra, esconde-se uma aldeia de lousa e tradição que se ergue encosta acima, em becos estreitos e casas alinhadas com pequenas janelas de cor azul...
...por aqui dizem que se pode beber uma boa aguardente de mel ou provar mel de avelãs, como também realizar diversos Desafios d´Aventuras, tornando a visita mais agradável, pois a natureza ofereceu á aldeia toda a grandiosidade da Serra de Açor, repleta de uma beleza indiscutível...
...a agua que corre no vale, salta nas quedas de agua, o som que emite no silencio da serra e o ar puro que se respira não tem comparação, entre o verde arrebatador e as casas de lousa, o traçado típico da arquitectura como a brancura da igreja medieval...
...foi assim que vivi no Piodão, um dos melhores Desafios d´Aventura em Trail Running, entre um magico cenário natural, disperso por 50km com 2818m D+ de extraordinários e duros trilhos, sobre a batuta de mais uma organização da Associação Desportiva "O Mundo da Corrida", desta feita conjuntamente com a fundação Inatel...
...anteriormente, após alguns imprevistos de ultima hora no decorrer do final de tarde de sexta-feira, tudo se conjugou de seguida, de forma a que a Aventura tive-se inicio pela madrugada de sábado, sendo a alvorada pelas 4h15 e saída de Portalegre pelas 5h, numa viagem entre a Boa companhia dos Amigos, Nuno Rodrigues, um devorador de curvas, e os Vicentinos, José Presado, Daniel Dias e Emanuel Machado, que devido as suas excelentes prestações no Trail de 21km, classificaram os Vicentinos no 2º Lugar por Equipas...
...na medida em que os km passavam, aproximávamos-no do Piodão, observando a paisagem em nosso redor, conjuntamente com as informações que dispúnhamos, prevíamos que nos esperava uma árdua jornada de luta entre as montanhas!!!
...assim que chegamos, cheios de alento e com a moral em alta, foi tratar do processo de secretariado, ultimar os restantes preparativos, e deslocar-me para caixa de 0km, realizar controlo de material obrigatório e aguardar pelo inicio do desejado Desafio entre o sempre agradável reencontro de Amigos destas artes...
...após o seu inicio, sai cauteloso, encontrei o meu espaço, o meu ritmo de forma defensiva, pois o decorrer dos km, ira colocar cada qual no seu tempo e espaço, e assim fui contemplando tudo o que me rodeava, o cenário assim o exigia, enquadrando um grupo composto por inúmeros participantes que se partiu no 1º PAC » aldeia Chãs de Égua » 5km, onde tive que parar para destrancar a válvula interna da minha mochila de hidratação que devido a uma incorrecta colocação me impossibilitava de aceder ao pretendido liquido...
...assunto resolvido, agrupo na companhia de elementos do Montanha Clube Trail Rinning/Louzan e enfrentamos a escalada da primeira montanha do dia, que após de conquistada nos transporta numa descida técnica ate ao 2º PAC » aldeia Malhada Chão » 16km, local onde se dividem os dois Desafios e entre um animado grupo musical composto por gaitas de foles e bombos, reencontro o Compadre Alentejano Vitorino Coragem que em serviço naquele abastecimento me aconselhou a prosseguir com calma...
...os conselhos dos mestres, tem que ser levados em conta e assim permaneci, desta feita na companhia de dois companheiros do norte, que se preparam para abraçar a edição da UTMB/2014, e conjuntamente iniciamos a escalado da maior montanha do dia, o Pico da Cebola, com 1400m altitude, onde o esforço foi compensado pelo deslumbrante cenário de neve, com um nevoeiro em movimento, transportado pelo vento gelado e agreste que nos fazia descer ate ao 3º Pac » sitio da Covanca » 25km...
...metade do Desafio estava conquistado, continuei determinado, consciente e fui progressivamente empurrando o corpo entre os trilhos técnicos, exigentes, desgastantes num sobe e desce constante, mas únicos, deslumbrantes, parecia que permanecia dentro das ilustrações dos livros da Anita, atingindo assim o 4º Pac » sitio da Fornea » 32km...
...neste abasteci e escutei para retemperar forças, para a escalada que se seguia, a qual provou ser devastadora, foi um caminhar quase de gatas por entre uma super inclinação com muita pedra solta, durante 3km +/- 50´ de tempo e muita energia gasta, recompensada pela satisfação na sua conquista e pela contemplação das vistas em todas as direcções...
...aproveitei a descida para recuperar, ainda que na mesma nem sempre era possível, era técnica e com piso irregular em determinados locais, exigindo concentração e massacrando as pernas e o corpo, que desejava alcançar o 5º Pac » sitio dos Penedos Altos » 36km, onde cheguei com dores no estômago, possivelmente devido a ingestão de um gel...
...entre algum sofrimento, continuei empurrando o massacrado esqueleto, que aos poucos foi combatendo sensações e pensamentos negativos, pois reconheço o estado físico/mental em que me encontro ainda não e o desejável, mas era necessário avaliar o trabalho que tenho vindo a desenvolver, após uma forçada paragem no passado ano, sabendo eu, que se estava a sofrer era porque me estava a fazer bem, era muito bom estar por ali e para comemorar tudo aquilo nada melhor que tentar aumentar o ritmo na ascensão do ultimo prémio de montanha que me faz atingir o 6º PAC » alto do Colcurinhos » 41km...
...somos informados que se segue uma descida com 6km, com bom piso, num trilho de terra em forma de Z devido a sua inclinação onde saio em grupo, mas depressa arrisco e me vou embora sozinho, chegando insulado ao ultimo e 7º PAC » aldeia Foz Égua » 47km, onde assim que entro no trilho técnico que dava acesso ao mesmo sou arrasado por fortes cambras nas pernas, permanecendo ali trancado durante alguns instantes e sendo ultrapassado não só pelos companheiros que comigo iniciaram a descida, mas também por alguns que vinha de trás...
...aguentei as dores, massajei, alonguei, abasteci e continuei completamente estoirado, reflectindo que a descida tinha-me levado aos limites, partiu-me as pernas por completo, a mudança de trilho, a abordagem do mesmo tinham contribuído para me encontrar naquele miserável estado...
...nada havia a fazer senão recuperar o melhor possível e encontrar o ritmo certo no serpenteado trilho que me transportava na subida final, composta pelos 3km finais, pois desejava saborear o insuflável final, localizado junto do Inatel Piodão Hotel, que servia de base a toda a estrutura organizativa do Desafio e de onde tinha partido a algumas horas atrás...
...e assim fui progredindo metro a metro, passo a passo, escalando degrau a degrau, ate conquistar de forma digna o desejado insuflável final, transportando comigo mais uma vez a camisola do Centro Vicentino da Serra » Portalegre, entre os inúmeros sentimentos por ter conseguido transpor lealmente todas as dificuldades naturais que a montanha tinha para me testar, numa emoção interior, pessoal, profunda e indescritível...
...após uns alongamentos, uma massagem de relaxamento e um merecido banho, era tempo de retemperar energias enquanto da refeição final, surgindo ainda tempo de felicitar pessoalmente a Grande Senhora Margarida Henriques, o Amigo e Grande Mestre Eduardo Santos, como também alguns dos elementos presentes da organização A Associação Desportiva "O Mundo da Corrida", pelo magnifico Desafio, um Trail fascinante ao serviço de toda a comunidade presente...
...hora de regressar e no nosso regresso, ao subir-se a estrada íngreme e serpenteada, leva-se na memoria a calma, a beleza de uma aldeia histórica preservada pelo homem e pela natureza, com o desejo de regressar numa futura edição...
...em jeito de conclusão, foi bastante positivo a avaliação que faço na minha limitada participação, como também no restante trabalho desenvolvido através da minha voltinha diária no decorrer deste mês de Março, que encerra assim desta excelente forma mais um macrociclo...
...confesso ainda, através deste meu Uivo, que nesta minha simples formas de caminhar na vida, gosto imenso de me divertir neste desporto entre Amigos, que para estes, daqui e assim desta forma, envio um forte abraço, com a certeza que nos cruzemos brevemente num qualquer trilho...
...ate breve, lfmricardo
...entre os morros desta serra, esconde-se uma aldeia de lousa e tradição que se ergue encosta acima, em becos estreitos e casas alinhadas com pequenas janelas de cor azul...
...vista da Aldeia do Piodão... |
...interior da Aldeia do Piodão... |
...foi assim que vivi no Piodão, um dos melhores Desafios d´Aventura em Trail Running, entre um magico cenário natural, disperso por 50km com 2818m D+ de extraordinários e duros trilhos, sobre a batuta de mais uma organização da Associação Desportiva "O Mundo da Corrida", desta feita conjuntamente com a fundação Inatel...
...gráfico de altimetria do Desafio 50km... |
...companheiros de jornada!!! |
...assim que chegamos, cheios de alento e com a moral em alta, foi tratar do processo de secretariado, ultimar os restantes preparativos, e deslocar-me para caixa de 0km, realizar controlo de material obrigatório e aguardar pelo inicio do desejado Desafio entre o sempre agradável reencontro de Amigos destas artes...
...inicio do Desafio... |
...foto com grupo Montanha clube Trail Running/Louzan... |
...Pico da Cebola 1400m alt. "Pirineus do Piodão"... |
...algures pelos trilhos das Serras de Açor » Piodão... |
...neste abasteci e escutei para retemperar forças, para a escalada que se seguia, a qual provou ser devastadora, foi um caminhar quase de gatas por entre uma super inclinação com muita pedra solta, durante 3km +/- 50´ de tempo e muita energia gasta, recompensada pela satisfação na sua conquista e pela contemplação das vistas em todas as direcções...
...aproveitei a descida para recuperar, ainda que na mesma nem sempre era possível, era técnica e com piso irregular em determinados locais, exigindo concentração e massacrando as pernas e o corpo, que desejava alcançar o 5º Pac » sitio dos Penedos Altos » 36km, onde cheguei com dores no estômago, possivelmente devido a ingestão de um gel...
...entre algum sofrimento, continuei empurrando o massacrado esqueleto, que aos poucos foi combatendo sensações e pensamentos negativos, pois reconheço o estado físico/mental em que me encontro ainda não e o desejável, mas era necessário avaliar o trabalho que tenho vindo a desenvolver, após uma forçada paragem no passado ano, sabendo eu, que se estava a sofrer era porque me estava a fazer bem, era muito bom estar por ali e para comemorar tudo aquilo nada melhor que tentar aumentar o ritmo na ascensão do ultimo prémio de montanha que me faz atingir o 6º PAC » alto do Colcurinhos » 41km...
...somos informados que se segue uma descida com 6km, com bom piso, num trilho de terra em forma de Z devido a sua inclinação onde saio em grupo, mas depressa arrisco e me vou embora sozinho, chegando insulado ao ultimo e 7º PAC » aldeia Foz Égua » 47km, onde assim que entro no trilho técnico que dava acesso ao mesmo sou arrasado por fortes cambras nas pernas, permanecendo ali trancado durante alguns instantes e sendo ultrapassado não só pelos companheiros que comigo iniciaram a descida, mas também por alguns que vinha de trás...
...entre algumas cambras musculares!!! |
...nada havia a fazer senão recuperar o melhor possível e encontrar o ritmo certo no serpenteado trilho que me transportava na subida final, composta pelos 3km finais, pois desejava saborear o insuflável final, localizado junto do Inatel Piodão Hotel, que servia de base a toda a estrutura organizativa do Desafio e de onde tinha partido a algumas horas atrás...
...Foz d´Égua... |
...Inatel Piodão Hotel ****... |
...hora de regressar e no nosso regresso, ao subir-se a estrada íngreme e serpenteada, leva-se na memoria a calma, a beleza de uma aldeia histórica preservada pelo homem e pela natureza, com o desejo de regressar numa futura edição...
...entre companheiros de jornada e Amigo Eduardo Santos... |
...confesso ainda, através deste meu Uivo, que nesta minha simples formas de caminhar na vida, gosto imenso de me divertir neste desporto entre Amigos, que para estes, daqui e assim desta forma, envio um forte abraço, com a certeza que nos cruzemos brevemente num qualquer trilho...
...ate breve, lfmricardo
Excelente descrição.Levaste algum bloco para ires fazendo apontamentos? Tal é a precisão dos momentos que relatas.Gostei quando te referes a dada altura às "ilustrações da Anita".Vou acompanhar o teu blog com muita atenção.Vou começar a "beber" das tuas opiniões. PARABÉNS!!!
ResponderEliminar...agradeço o facto de teres empreendido uns instantes a observar este meu Uivo, e ainda com a atenção de realizares este comentário, permaneço muito grato!!!
Eliminar...na verdade, não levei nenhum bloco, apenas me concentro naquilo que faço, pois tento viver todos os momentos de forma intensa, degustando tudo o que existe de mais elementar...
...a caminhada é o que existe entre os momentos de chegar/nascer e o partir/morrer, tendo assim que ser sempre partilhada nos limites...
...continuarei por ai, a uivar...
abraço, lfmricardo
Grande lfmricardo!...
ResponderEliminarassim vale a pena levantar às quatro da manhã (até parece que trabalhas por turnos, eheheh!...), dar uma voltita pela Serra e ir pra casa debitar uma prosa deliciosa sobre as aventuras e desventuras do dia trailiano!...
Já tens matéria prás tuas memórias!... abraço e parabéns por mais uma!...
Grande Jorge Martins
Eliminar...grande verdade, pois ambos sabemos que vale sempre a pena, levantarmos-no de madrugada e empreender pelos trilhos de Aventura, sabendo que por lá reencontramos Amigos...
...perguntei por ti, enquanto trocava assuntos com os Amigos comuns Francisco e Antonieta, sendo informado que não te encontravas...
...brevemente iremos partilhar conjuntamente um novo dia Trailiano, conquistando assim matéria nova para ir enriquecendo a minha historia de vida entre boas memorias de muito boa gente...
...fico muito grato pelas tuas palavras, um grande abraço, lfmricardo